Menos de 40% dos casos são diagnosticados em estágios iniciais, sendo importante conhecer as principais causas do câncer na língua e os sintomas
O câncer de boca é uma neoplasia que acomete principalmente as pessoas do sexo masculino, com mais de 40 anos, tabagistas e de menor renda e escolaridade. Além disso, dentre toda a cavidade oral, a língua é o local mais acometido, correspondendo a 26% dos casos de câncer, seguido do lábio, que corresponde a 23% dos diagnósticos.
Portanto, conhecer as principais causas do câncer na língua e os sintomas mais comuns que podem indicar a doença é de grande importância para obter um diagnóstico precoce, o que é fundamental para um melhor prognóstico.
Fatores que podem causar o câncer na língua
O câncer na língua pode ser causado por uma combinação de fatores, incluindo hábitos e estilo de vida, exposição a substâncias nocivas e predisposição genética. Assim, dentre os principais fatores que podem aumentar o risco e as causas do câncer na língua estão:
- Tabagismo: 60 a 90% dos casos de câncer na boca são diagnosticados em fumantes, sendo essa a principal de todas as causas do câncer na língua;
- Consumo excessivo de álcool: o consumo especialmente de bebidas alcoólicas destiladas aumenta o risco de câncer na língua, principalmente se combinado ao tabaco;
- Infecção pelo papilomavirus humano (HPV): o subtipo 16 é desse vírus é o que está mais associado ao câncer na língua;
- Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau com histórico de câncer na língua indica uma predisposição genética, o que pode aumentar o risco de desenvolvê-lo;
- Infecção por outros agentes etiológicos: o vírus herpes e fungos que infectam a cavidade oral também são causas do câncer na língua;
- Exposição crônica a substâncias químicas: em especial amianto, formaldeído e produtos da indústria química ou metalúrgica;
- Má higiene da boca: a má higiene bucal pode ocasionar inflamações que aumentam em até quatro vezes as chances de desenvolver câncer de boca;
- Traumas: próteses mal adaptadas podem ser o fator inicial do ferimento.
Porém, é importante ressaltar que esses fatores aumentam a probabilidade de desenvolver câncer na língua, mas não garantem que a doença ocorrerá.
Como diagnosticar o câncer na língua
O câncer na língua pode se apresentar inicialmente como uma ferida ou úlcera persistente, nódulo, protuberância ou uma mancha esbranquiçada (leucoplasia) ou ainda manchas avermelhas (eritroplasias). Essas lesões podem estar acompanhadas de sintomas como dor, dificuldade em falar, mastigar ou engolir, mal hálito, alterações na voz e perda de peso não intencional. Quando esses sinais e sintomas estão presentes, principalmente em pessoas com hábitos relacionados às principais causas do câncer na língua, é preciso realizar uma investigação mais aprofundada do quadro.
Assim, a partir da história e dos sinais clínicos clássicos, o médico deve realizar um exame físico no próprio consultório para ter mais informações que determinarão a conduta a ser adotada. Quando a lesão é crônica e tem características que podem indicar malignidade, uma biópsia deve ser feita para se obter o diagnóstico definitivo do câncer na língua.
Se o diagnóstico de câncer for confirmado, realiza-se um estadiamento para determinar a extensão do tumor e se há metástase, ou seja, se o tumor espalhou suas células para outras áreas do corpo, principalmente os linfonodos cervicais. Isso pode incluir exames adicionais, como tomografias, ressonâncias, laringoscopias, Pet TC e outros.
Tratamento
O tratamento do câncer na língua depende do estágio da doença, do tamanho e localização do tumor, bem como das particularidades do paciente, tal como estado funcional e nutricional e idade. De forma geral, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia, imunoterapia ou quimioterapia, bem como pode-se optar por uma combinação de mais de um desses recursos. Além disso, identificar as possíveis causas do câncer na língua é importante para eliminar o fator causador.
Na maioria dos casos, principalmente quando o tumor é muito agressivo, o paciente precisa se submeter a uma cirurgia, a glossectomia parcial ou total, que consiste na remoção de parte da língua ou dela toda, respectivamente.
O tratamento cirúrgico — preferencialmente realizado para os tumores de língua — requer uma orientação especial ao paciente devido as morbidades e perdas de tecido ocasionadas pela cirurgia no objetivo de controle de doenças. Por esse motivo, é fundamental o acompanhamento multidisciplinar com nutricionistas, fonoaudiólogas, médico da dor, cuidados paliativos, cirurgião plástico reconstrutivo e fundamental.
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