A cirurgia é indicada para o tratamento de doenças benignas e malignas que acometem a glândula tireoide, podendo ser realizada de maneira total ou parcial
A cirurgia de tireoide é um procedimento que consiste na retirada total ou parcial desta glândula, que se responsabiliza pela produção de diversos hormônios para a regulação do metabolismo humano. Esta glândula atua diretamente no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, além de participar indiretamente da regulação dos ciclos menstruais, da fertilidade, do humor, da memória, do peso corporal e do controle emocional.
Também chamada de tireoidectomia, a cirurgia de tireoide é um procedimento delicado, pois a glândula encontra-se próxima de veias, artérias e nervos e está aderida às glândulas paratireoides, estruturas muito importantes da região cervical. Por isso, é essencial que esta intervenção seja realizada por um Cirurgião de Cabeça e Pescoço devidamente capacitado e com experiência neste tipo de operação.
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O que é a cirurgia de tireoide?
A glândula tireoide é muito importante para o metabolismo; porém, muitas vezes, pode estar comprometida por tumores que a deformam ou por nódulos que produzem muito hormônio ou que são malignos.
Quando esta estrutura desenvolve algum tipo de alteração que comprometa a sua anatomia ou a sua função, pode ser necessário realizar a cirurgia de tireoide para a remoção da mesma e, com isso, trazer benefícios oncológicos ou melhora da qualidade de vida do paciente.
Doenças como o bócio e nódulos na tireoide estão entre as principais alterações que justificam a indicação da cirurgia de tireoide. Outras situações que podem levar à tireoidectomia são:
- Presença de nódulos volumosos com compressão de estruturas cervicais;
- Câncer de tireoide;
- Hipertireoidismo que não responde a tratamento clínico;
- Presença de nódulos indeterminados que requerem confirmação histopatológica;
- Aumento de volume da glândula como um todo, o que é chamado de bócio.
Tipos de cirurgia de tireoide
A cirurgia de tireoide é feita sob anestesia geral, procedimento pelo qual o médico anestesista cuida da analgesia e da sedação do paciente, permitindo que este não sinta dor e fique sob sedação durante todo o tempo necessário para a realização do procedimento. Em média, a cirurgia de tireoide dura 2 horas para ser realizada. Para a execução da tireoidectomia convencional, o cirurgião faz uma pequena incisão na região cervical do paciente, por onde ele consegue trabalhar cuidadosamente a fim de remover a tireoide. Nos casos de tireoidectomias endoscópicas ou da chamada TOETVA (tireoidectomia endoscópica transoral por acesso vestibular), a incisão fica “escondida” na mucosa oral entre o lábio e os incisivos centrais — mesmo acesso utilizado na cirurgia robótica.
Dentre as tireoidectomias, temos, principalmente:
Tireoidectomia total
É a cirurgia de tireoide mais indicada para casos de câncer nesta glândula. Consiste na remoção total do tecido tireoidiano, ou seja, tanto do lobo direito como do lobo esquerdo e do istmo, que é a ponte entre ambos os lobos. A monitorização de recidivas pelo acompanhamento laboratorial e ultrassonográfico é facilitada pela tireoidectomia total.
Após a realização do procedimento, é necessário que o paciente faça a reposição do hormônio tireoidiano mandatoriamente, por toda a vida. No mais, essa cirurgia de tireoide é um procedimento seguro, permitindo um tratamento oncológico eficaz.
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Lobectomia ou tireoidectomia parcial
Este tipo de cirurgia de tireoide consiste na remoção de apenas um lado da glândula. A porção restante da tireoide continua funcionando normalmente. Neste procedimento, não existe risco de formigamento — chamado de parestesia — pela não manipulação de todas as glândulas paratireoides. Também permite uma melhor qualidade vocal, pelo mesmo motivo, já que somente um nervo laríngeo (que inerva as cordas vocais) é manipulado.
Esta cirurgia é oncologicamente aceitável em nódulos cancerígenos pequenos sem evidência de metástases cervicais. Também é realizada nos tumores benignos por nódulos maiores, bócios unilaterais e nódulos produtores de hormônio — como é o caso do hipertireoidismo na síndrome de Plummer.
Como é o pré e o pós-operatório deste procedimento?
A cirurgia de tireoide demanda alguns cuidados preparatórios, que se iniciam a partir da realização de exames laboratoriais para a verificação do estado geral de saúde do paciente. As principais avaliações geralmente solicitadas incluem eletrocardiograma, exames de sangue, radiografia do tórax, laringoscopia direta, ultrassonografia cervical e tomografia computadorizada do pescoço.
Além disso, pode ser necessário ajustar o uso de medicamentos, interrompendo a administração daqueles que podem alterar o tempo de coagulação sanguínea, bem como adotar uma rotina adequada de alimentação.
Medicamentos hipoglicemiantes deverão ser suspensos no dia anterior ao procedimento cirúrgico. Remédios anti-hipertensivos para o controle pressórico devem ser ingeridos no dia da cirurgia de tireoide, com pouca água, antes da internação do paciente no hospital escolhido.
Os tempos de jejum de 8 horas para alimentos e de 4 horas para água devem ser respeitados. Na véspera da cirurgia de tireoide, o paciente deve separar um tempo para conferir documentação, itens de higiene pessoal e exames pré-operatórios para levar ao hospital. Todas essas orientações são passadas ao paciente durante as consultas pré-operatórias.
A recuperação pós-operatória da cirurgia de tireoide dura entre 15 e 30 dias, período em que é recomendado que o paciente evite fazer esforço físico intenso e tome cuidado com a exposição solar. O indivíduo geralmente pode retomar suas atividades cotidianas em cerca de 7 a 10 dias, sendo comumente indicado que ele use medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar os possíveis desconfortos associados ao procedimento.
Nos primeiros dias após a intervenção, o paciente pode ficar com um dreno no pescoço para retirar o excesso de líquido da região, principalmente em casos de tireoides com o tamanho aumentado, o que é chamado de bócio.
Na região cervical é realizado um curativo rendilhado, de modo a evitar que a área operada fique exposta, facilitando os cuidados com o ferimento da cirurgia. O curativo será retirado no consultório, no primeiro retorno pós-operatório.
Em casos das tireoidectomias endoscópicas ou robóticas, será necessário que o paciente faça uso de antibióticos orais, tenha muita atenção à higiene bucal (utilizando antissépticos próprios para esta região), faça dieta líquida por 3 a 5 dias e utilize bandagens cervicais ou curativos compressivos na região da papada — as instruções para tal serão transmitidas ao paciente no momento da alta hospitalar.
O que esperar depois da tireoidectomia?
Geralmente, a cirurgia de tireoide não traz complicações ao paciente, mas podem acontecer algumas alterações no organismo. As principais são:
- Dor de garganta e tosse: podem ser acompanhadas por dificuldade para se alimentar e geralmente estão associadas a uma inflamação na região da garganta ocasionada pelo procedimento anestésico, passando em cerca de 7 dias. Manter uma boa hidratação é importante;
- Alterações na voz: rouquidão e cansaço ao falar poderão acontecer, dependendo da manipulação do nervo laríngeo recorrente, em função de nódulos aderidos ao nervo ou tireoides aumentadas de tamanho. Tais sintomas melhoram entre 2 e 3 semanas. A reabilitação fonoterápica, realizada pelo fonoaudiólogo, é muito importante para a recuperação da qualidade vocal do paciente. No consultório do Dr. Pablo Quintana, contamos com uma equipe de fonoaudiólogas que trabalham de forma sinérgica com o paciente, trazendo exercícios e orientações em prol da recuperação mais rápida após uma cirurgia de tireoide;
- Redução dos níveis de cálcio no sangue: a tireoide fica próxima das glândulas paratireoides, que produzem um hormônio chamado de paratormônio (PTH), que regula o nível de cálcio no sangue. Essa estrutura pode ser manipulada na cirurgia de tireoide, o que pode e provocar formigamentos ou câimbras, sintomas temporários que melhoram com a ingestão de cálcio;
- Cicatriz: a cirurgia de tireoide é realizada a partir de uma incisão no pescoço, que pode resultar em uma cicatriz fina e pequena. O aspecto estético em toda cirurgia é muito importante e faz parte dos objetivos do cirurgião de cabeça e pescoço. Por isso, seguir as orientações pós-operatórias (mantendo curativos, utilizando hidratantes ou fitas de silicone) é o que ajuda muito no aspecto final de uma cicatriz. Cirurgias por acessos remotos tentam esconder essa cicatriz cervical, porém é muito importante esclarecer ao paciente que as cirurgias endoscópicas e robóticas têm suas indicações específicas, o que permite que sejam procedimentos seguros e oncologicamente eficazes.
O que muda no organismo após o procedimento?
Na maioria dos casos, o paciente tem sua qualidade de vida preservada após a cirurgia de tireoide, sendo este procedimento bastante seguro. Em casos de tireoidectomia total, assim como remoções parciais que levem à elevação do TSH, indicando falta de compensação hormonal, o paciente precisará tomar medicamentos que substituam o hormônio produzido pela glândula, chamado de levotiroxina.
Entretanto, há variações na dosagem da levotiroxina, a depender do peso do paciente e os objetivos oncológicos para cada estadiamento pós-operatório.
Quais são os benefícios da cirurgia de tireoide?
A cirurgia de tireoide traz benefícios principalmente no alívio dos sintomas compressivos ocasionados pelos nódulos grandes ou em casos de tireoides de volume aumentado. Do ponto de vista oncológico, a cirurgia de tireoide é considerada um tratamento eficaz, com taxas muito positivas de sobrevida e de controle da doença.
Quando indicada e realizada por um profissional qualificado, a tireoidectomia traz benefícios que superam em muito os riscos associados à intervenção.
Entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Pablo Quintana para tirar suas dúvidas sobre a cirurgia de tireoide.
Fontes: