Essa é uma doença congênita diagnosticada e tratada por um cirurgião de cabeça e pescoço
Os cistos branquiais são protuberâncias da região cervical — mais especificamente da área lateral do pescoço — que surgem devido a uma falha na absorção dos tecidos branquiais ainda no desenvolvimento embrionário. Embora seja uma patologia já presente ao nascimento, as protuberâncias císticas geralmente surgem entre os 10 e 20 anos de idade, sendo raros os casos em que os cistos branquiais aparecem ainda nos primeiros meses de vida.
O que é o cisto branquial?
O cisto branquial é um nódulo benigno de caráter congênito (já presente ao nascimento) que se forma devido a uma falha na reabsorção dos tecidos branquiais durante a vida intrauterina. Como ao nascimento ainda não há líquido suficiente para distendê-los e causar a proeminência subcutânea, raramente os cistos branquiais são notados nos primeiros anos de vida.
Porém, quadros infecciosos da cavidade oral ou da orofaringe podem levar a um acúmulo de líquido no interior do cisto, promovendo a visibilidade dele na região cervical lateral. Esse sintoma é a principal causa de procura nos prontos-socorros quando o cisto se apresenta como protuberância cervical.
Ele tem um aspecto imóvel e macio ao toque, e apresenta dor local, hiperemia e calor.
Sintomas
Embora os cistos branquiais, por si só, não sejam malignos, a depender do local e do tamanho, eles podem gerar compressão sobre vasos e nervos adjacentes e causar sintomas associados, tais como:
- Sensação de aperto no pescoço;
- Dificuldade ou dor para engolir;
- Dificuldade para respirar;
- Crescimento durante infecções respiratórias;
- Dor local;
- Deformidade estética.
Além disso, existe a possibilidade de surgirem fístulas nos cistos branquiais, que são comunicações entre o cisto e a pele, culminando na saída de secreções e em uma maior possibilidade de infecção local.
Causas dos cistos branquiais
Embora a causa exata dos cistos branquiais não seja conhecida, por se tratar de uma falha de reabsorção tecidual durante a etapa embrionária do desenvolvimento humano, entende-se que mutações genéticas ao acaso e fatores ambientais durante a gestação podem influenciar seu desenvolvimento.
Como diagnosticar o cisto branquial?
A partir do surgimento de uma protuberância na região cervical do paciente, de aspecto cístico, mole, às vezes fixo e com sinais inflamatórios, é feito o diagnóstico clínico. O cirurgião de cabeça e pescoço deve solicitar exames laboratoriais que ajudam a descartar outras causas de lesões císticas na região cervical, principalmente tumores de orofaringe e tumores metastáticos de tireoide.
Exames de imagem, como ultrassonografias, tomografias e ressonâncias, são importantes. Inclusive as punções (também chamadas de biópsias por agulha fina — PAAF) têm lugar na propedêutica das lesões císticas cervicais.
Qual o tratamento para cisto branquial?
O tratamento dos cistos branquiais é cirúrgico e só deve ser realizado na ausência de sinais infecciosos ou inflamatórios. Embora seja um quadro benigno, o crescimento do cisto pode comprimir estruturas regionais e causar outras complicações e sintomatologias. Portanto, uma vez realizado o diagnóstico, a cirurgia deve ser recomendada.
Como os cistos branquiais se localizam em uma região nobre do pescoço, circundados de vasos sanguíneos e importantes estruturas nervosas, a cirurgia deve ser feita por um profissional qualificado e experiente: o cirurgião de cabeça e pescoço. Esse procedimento é realizado sob anestesia geral e tem duração média de uma hora.
Cuidados após o procedimento
Embora as cirurgias de remoção dos cistos branquiais não tragam grandes complicações, acúmulo de líquidos (seromas), sangramento (hematoma) e danos neurológicos (paralisias e paresias) de nervos podem acontecer.
Cuidados com o dreno e com o tempo dos antibióticos e dos analgésicos precisam ser respeitados. Muitas vezes, retornos precoces ao consultório serão indicados. Evitar esforços físicos e consumir alimentos leves e saudáveis são dicas valiosas no pós-operatório de cistos branquiais.
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Fontes: