Fatores de risco do câncer de nasofaringe

Indivíduos com história familiar de câncer de nasofaringe devem estar especialmente atentos aos fatores de risco para essa doença

Embora seja uma condição relativamente rara — com incidência de um caso a cada 100.000 habitantes — o câncer de nasofaringe pode ser prevenido a partir do conhecimento e controle de seus fatores de risco.

Segundo a American Cancer Society, de uma forma geral tem-se notado uma diminuição nos casos ao redor de mundo, e acredita-se que isso se deve às mudanças de estilo de vida e aos cuidados preventivos por parte da população que reconhece quais são os fatores de risco do câncer de nasofaringe.

Câncer de nasofaringe: o que é?

Esse tipo de câncer se desenvolve na nasofaringe, região localizada logo atrás do nariz e acima do palato mole (a porção posterior do céu da boca), formando a parte mais alta da via aérea. Embora essa seja uma condição relativamente rara em comparação com outros tipos de câncer, essa doença pode ser extremamente agressiva quando não diagnosticada precocemente e nas pessoas em que os fatores de risco do câncer de nasofaringe estão mais presentes.

Sintomas do câncer de nasofaringe

Os sintomas relatados pelos pacientes que se apresentam com essa doença podem ser inespecíficos e estar presentes em diversas outras condições benignas, e justamente por isso é importante estar atento também aos fatores de risco do câncer de nasofaringe para buscar atendimento médico especializado sempre que necessário e obter um diagnóstico precoce.

Assim, os principais sintomas que podem estar presentes ao diagnóstico desse tipo de câncer são:

• Obstrução nasal persistente, podendo estar acompanhada de sangramento;
• Dor de garganta que não melhora com o tempo e com medicações, e que pode se estender para o ouvido;
• Dificuldade progressiva para respirar;
• Dificuldade para falar, com sensação de massa crescente na garganta;
• Presença de nódulos ou inchaço no pescoço;
• Perda de peso importante e não intencional;
• Dores de cabeça.

Fatores de risco do câncer de nasofaringe

Conhecer os principais fatores de risco do câncer de nasofaringe é fundamental para reduzir a possibilidade de evoluir com a doença, especialmente em pessoas que têm histórico familiar positivo para essa e outras neoplasias, visto que o câncer é considerado uma doença multifatorial.

Infecção por Epstein-Barr

Embora a maioria das pessoas infectadas pelo vírus Epstein-Barr (EBV) não chegue a desenvolver um tumor, esse é considerado o principal dentre todos os fatores de risco do câncer de nasofaringe, tendo relação comprovada com o desenvolvimento de neoplasias nessa topografia anatômica.

Herança genética

A herança genética também desempenha grande papel no risco de câncer de nasofaringe, sendo a principal diferença entre aquelas pessoas que, apesar de serem infectadas pelo EBV, por exemplo, desenvolvem a doença enquanto outras com a mesma infecção não a desenvolvem. Ou seja, entre todos os fatores de risco do câncer de nasofaringe, a herança genética é o que mais aumenta sua susceptibilidade.

Origem étnica

Em fatores epidemiológicos, o câncer de nasofaringe é mais comum em algumas populações étnicas do que em outras. Segundo a American Cancer Society, esse tipo de tumor é mais prevalente em pessoas de ascendência asiática, especialmente no sul da China, em partes do Sudeste Asiático e também na população do norte da África. Essa constatação pode ter relação com a maior incidência do vírus Epstein-Barr nessas regiões.

Dieta e estilo de vida

Assim como em outros tipos de neoplasias, a dieta desempenha um papel importante dentre os fatores de risco do câncer de nasofaringe, visto que o consumo de alimentos em conserva ou com muitos produtos químicos pode aumentar os danos oxidativos às células e o risco da doença.

Tabagismo e consumo de álcool

Por fim, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool também são fatores modificáveis de estilo de vida que estão associadas a um maior risco de câncer em várias partes do corpo, incluindo a nasofaringe. De forma geral, esses hábitos podem enfraquecer o sistema imunológico e tornar as células mais susceptíveis às mutações que levam ao câncer, além de a fumaça do cigarro poder afetar diretamente as células da nasofaringe e desencadear mutações de replicação.

Como é realizado o diagnóstico?

Quanto antes o diagnóstico for confirmado, maiores são as chances de sucesso do tratamento, e por isso é importante estar atento aos sinais e sintomas, bem como aos fatores de risco do câncer de nasofaringe. Assim, o processo de diagnóstico geralmente envolve:

• Exame físico detalhado da região do pescoço;
• Exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética;
• Biópsia, caso seja identificado algum nódulo ou massa;
• Exames de sangue;
• Endoscopia ou nasofibroscopia.

Tratamento do câncer de nasofaringe

O tratamento do câncer de nasofaringe depende de algumas variáveis que devem ser avaliadas pelo cirurgião de cabeça e pescoço juntamente ao paciente, tais como o estágio da doença, a condição de saúde do paciente e a localização e tipo de tumor.

As principais opções de tratamento que devem ser estudadas e consideradas incluem a radioterapia, técnica muito valiosa para os estágios iniciais, a cirurgia, a quimioterapia — que pode ser prévia ou posterior aos outros tratamentos — e o uso de imunoterapia, uma abordagem que estimula o próprio sistema imunológico a reconhecer e combater as células tumorais.

Assim, visto que o câncer de nasofaringe é uma condição séria, apesar de rara, pessoas com história familiar positiva para essa doença precisam ter atenção especial aos fatores de risco. Afinal, a detecção precoce e o tratamento adequado podem fazer toda a diferença na luta contra o câncer de nasofaringe e garantir resultados e desfechos muito mais favoráveis.

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Fontes:

– Inca

– Revista Brasileira de Otorrinolaringologia

– Oncoguia