Condição mais comum em homens, a sialolitíase pode obstruir as glândulas salivares, causando dor e inchaço
As pedras ou cálculos nas glândulas salivares, também conhecidos como sialolitos ou cálculos salivares, são formações endurecidas que se desenvolvem nas glândulas responsáveis pela produção e liberação de saliva na boca.
Quando esses cálculos causam algum nível de obstrução nas glândulas, a pessoa pode sentir dor e inchaço na região afetada, principalmente durante a alimentação e outras situações em que há estímulo salivar.
O que são os cálculos nas glândulas salivares?
Os cálculos salivares são coleções sólidas compostas principalmente de sais minerais, como cálcio, fosfato, oxalato e cálcio, que se formam quando tais substâncias se acumulam e se solidificam dentro das glândulas salivares, obstruindo o fluxo normal de saliva.
Embora não se saiba o motivo, estudos epidemiológicos indicam que os homens desenvolvem mais sialolitos do que as mulheres, sendo que a maior parte dos casos ocorre em indivíduos entre 30 e 60 anos de idade, sendo raros em crianças.
Além disso, constatou-se que a incidência das pedras ou cálculos nas glândulas salivares bilaterais ocorre em apenas 3% dos pacientes, ou seja, na maioria dos casos os sialolitos surgem em apenas um lado da boca, sem diferença de incidência entre os lados direito e esquerdo.
Quais as suas causas?
Ainda que não se conheça precisamente a causa da formação das pedras ou cálculos nas glândulas salivares, sabe-se que a estagnação do fluxo salivar associado à concentração elevada de sais minerais são fatores que contribuem para a formação dos sialolitos, bem como:
- Uso de medicamentos diuréticos ou anticolinérgicos;
- Lesões e traumas na cavidade oral;
- Pacientes com diagnóstico de gota ou história de nefrolitíase;
- Tabagismo;
- Desidratação;
- Doença periodontal crônica.
Sintomas das pedras ou cálculos nas glândulas salivares
As pedras ou cálculos nas glândulas salivares geralmente se manifestam com dor e inchaço na glândula afetada, sintomas que podem ser agravados pela ingesta de alimentos ácidos e cítricos ou pela antecipação da alimentação. Porém, segundo estudos, aproximadamente 33% dos pacientes apresentam apenas inchaço, sem dor, e 10% apresentam apenas dor, mas sem inchaço.
Ou seja, os sintomas dependem principalmente do tipo e tamanho da obstrução causada pelas pedras ou cálculos nas glândulas salivares, sendo que um sialolito que causa obstrução intermitente pode gerar episódios sintomáticos separados por dias ou semanas.
Além disso, é preciso estar sempre atento a sinais de alarme que podem indicar uma infecção secundária (isto é, que ocorre juntamente ou por causa das pedras ou cálculos nas glândulas salivares), como a piora da dor, vermelhidão ou febre. Embora essas infecções sejam frequentemente leves e respondam rapidamente a antibióticos, um pequeno número delas progride para celulite extensa e formação de abscesso, com potencial de comprometer as vias aéreas, necessitando avaliação médica de urgência para esses casos.
Como diagnosticar?
O diagnóstico da sialolitíase é clínico, baseado na história característica do quadro e no exame físico. Geralmente, o paciente relata um início súbito de inchaço e dor na glândula afetada, cujos fatores de piora estão associados à falta da salivação excessiva durante a alimentação ou antecipação da alimentação.
Além disso, no exame físico, o médico pode visualizar uma pedra na abertura do ducto da glândula salivar afetada ou notar obstrução ao palpar o curso do ducto salivar.
Já os exames de imagem podem fornecer detalhes sobre a localização das pedras ou cálculos nas glândulas salivares, sendo úteis principalmente se o diagnóstico não estiver claro ou se houver suspeita de uma complicação, como um abscesso.
A ultrassonografia é o principal exame de imagem no diagnóstico de pedras ou cálculos nas glândulas salivares. Outros exames, como a tomografia de face e pescoço, podem ser solicitados para avaliação complementar.
Opções de tratamento
O manejo conservador é a base do tratamento na maioria dos pacientes com pedras ou cálculos nas glândulas salivares, sendo fundamental que todos sejam instruídos a manter uma boa hidratação e aprendam a massagear a glândula para ajudar a desobstruir o ducto. Além disso, o médico pode prescrever analgésicos e antinflamatórios para reduzir os sintomas de dor e inchaço ou até mesmo recomendar a suspensão de medicamentos com efeitos anticolinérgicos.
Porém, quando o manejo conservador não é bem-sucedido, as pedras ou cálculos nas glândulas salivares podem ser removidos cirurgicamente. A depender da localização dos sialolitos, a retirada pode ser feita via transoral ou por uma combinação de técnicas endoscópicas e intraorais abertas que ajudam a fragmentar e remover os cálculos, chamada sialoendoscopia.
Por fim, há também a possibilidade de fazer uma exérese (remoção) das glândulas, uma opção geralmente reservada para casos em que as outras abordagens foram malsucedidas ou para pacientes que não tolerariam um segundo procedimento potencial.
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Fontes: