Bócio é o aumento anormal da glândula tireoide causado por deficiências de iodo, doenças autoimunes, inflamações ou nódulos tireoidianos
O bócio é uma condição caracterizada pelo aumento anormal da glândula tireoide, que é responsável pela produção de hormônios essenciais para o controle do metabolismo. Embora seja frequentemente benigno e não cause sintomas graves, o aumento da tireoide pode levar a desconfortos. Caso não haja acompanhamento adequado, essas alterações podem se agravar, afetando a saúde de maneira significativa.
O que é bócio?
O bócio é uma condição caracterizada pelo aumento anormal do volume da glândula tireoide, localizada na parte frontal do pescoço, o que pode resultar no surgimento de inchaços visíveis ou palpáveis. A gravidade do quadro depende de fatores como o tamanho do aumento da glândula, a causa subjacente e a presença de sintomas, que podem levar a desconfortos e impactar o funcionamento do organismo.
Embora o bócio, em muitos casos, não ofereça riscos significativos à saúde do paciente, ele é um sinal de que há algum desequilíbrio hormonal no organismo. Isso porque a tireoide é responsável pela produção de hormônios essenciais para o funcionamento de várias funções do corpo, como o metabolismo, a energia e a temperatura corporal. Quando essa glândula sofre alterações, como o aumento de seu tamanho, pode afetar esses processos.
O que provoca o bócio?
O bócio pode ter diferentes causas, como a deficiência nutricional de iodo, um mineral essencial para a produção dos hormônios tireoidianos. Outras causas são o uso de alguns tipos de medicamentos, infecções, tumores tireoidianos, alterações hormonais e cistos. As doenças autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves, são as causas mais comuns.
Na tireoidite de Hashimoto, o sistema imunológico ataca a tireoide, causando inflamação e destruição gradual do tecido. Isso prejudica a produção de hormônios, e, como resposta, a glândula aumenta de tamanho para compensar a deficiência hormonal. Na doença de Graves, o sistema imunológico produz anticorpos que estimulam a tireoide a produzir hormônios em excesso, causando o aumento das glândulas.
Quais são os tipos de bócio?
O bócio pode ser classificado em diferentes tipos: difuso, uninodular, multinodular, endêmico, mergulhante e tóxico. Quando o aumento é uniforme em toda a glândula, o paciente é diagnosticado com bócio difuso, caracterizado pelo inchaço na região do pescoço. Esse tipo está relacionado a diversas condições, incluindo a doença de Graves e a tireoidite de Hashimoto.
O bócio uninodular ocorre quando somente um dos lados da tireoide aumenta, enquanto o tipo multinodular é caracterizado pela presença de vários nódulos na tireoide. O bócio endêmico ocorre em regiões onde existem deficiência crônica de iodo na dieta. Já o bócio mergulhante é mais raro e consiste na invasão da glândula na cavidade torácica.
Quando há alterações nos níveis hormonais, o bócio é classificado como tóxico. Esse tipo está frequentemente associado ao hipertireoidismo e pode ser causado por condições como a doença de Graves e a doença de Plummer. Já o bócio atóxico é aquele em que não há alteração significativa nos níveis de hormônios tireoidianos, ou seja, a função da tireoide permanece normal, mas a glândula aumenta de tamanho.
Quais os sintomas de quem tem bócio na tireoide?
O bócio nem sempre apresenta sintomas em todos os pacientes. Quando ocorre, o aumento de volume na região da tireoide é geralmente visível. Em casos mais específicos, podem surgir desconfortos, como:
- Sensação de aperto na garganta;
- Presença de nódulos no pescoço;
- Dor no pescoço;
- Dificuldade para engolir ou respirar;
- Rouquidão;
- Ganho ou perda de peso acentuada;
- Tosse seca;
- Fadiga;
- Queda de cabelo;
- Intolerância ao frio ou ao calor;
- Agitação;
- Pele seca;
- Prisão de ventre.
Como acontece o diagnóstico de bócio?
O diagnóstico de bócio é realizado por meio de uma combinação de exames clínicos e laboratoriais. Inicialmente, o exame físico é feito pelo médico, que apalpa a região da tireoide para identificar possíveis inchaços ou nódulos. Em seguida, são realizados exames sanguíneos para avaliar os níveis hormonais da tireoide, como TSH, T3 e T4, que ajudam a determinar se há alterações na função tireoidiana.
Exames de imagem, como a ultrassonografia com Doppler colorido, avaliam a estrutura da tireoide, permitindo verificar seu tamanho, identificar nódulos e analisar a vascularização, o que ajuda a diferenciar tipos de bócio e outras anomalias. Quando há suspeitas de câncer, realiza-se uma biópsia por punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Esse procedimento é feito guiado por ultrassom para localizar o nódulo e obter a amostra para análise laboratorial.
Como é realizado o tratamento?
O tratamento do bócio depende da causa e da gravidade. Medicamentos podem ser prescritos para controlar os hormônios tireoidianos em casos de hipotireoidismo ou hipertireoidismo. Além disso, a terapia com iodo radioativo pode ser indicada para algumas situações, especialmente em casos de doença de Graves ou nódulos hiperfuncionantes, ajudando a reduzir o tamanho da glândula.
Nódulos benignos sintomáticos podem ser tratados por meio de ablação por radiofrequência, um procedimento que visa causar necrose coagulativa, destruindo as células do nódulo e resultando na redução de seu volume e na melhora dos sintomas. Durante o processo, o ultrassom é utilizado para guiar o cirurgião até a localização exata do nódulo. Uma agulha conectada a um dispositivo gerador de calor intenso é inserida, levando à destruição controlada.
Quando o bócio é grande, causa sintomas graves ou levanta suspeitas de câncer, a cirurgia pode ser necessária. A opção entre tireoidectomia parcial, em que há a remoção de uma parte da tireoide, ou total é determinada caso a caso. Em algumas situações, após a remoção da tireoide, a cirurgia pode ser complementada com terapia de reposição hormonal, garantindo que a função tireoidiana seja executada.
Como prevenir o surgimento de bócio na tireoide?
O bócio pode ser prevenido com a adoção de medidas que promovem a saúde da glândula e evitam fatores de risco. Entre as principais estão:
- Consumo adequado de iodo;
- Alimentação nutritiva e balanceada;
- Manutenção de um peso saudável;
- Controle de condições associadas, como o hipertireoidismo e hipotireoidismo;
- Consultas e exames periódicos;
- Evitar exposição excessiva à radiação.
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Fontes:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)