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Hipertireoidismo: como tratar?

Hipertireoidismo: como tratar?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
11/10/2023

A depender da causa do hipertireoidismo, o tratamento pode incluir medicamentos, terapia com iodo e até mesmo cirurgia de remoção da glândula

As doenças da tireoide são altamente prevalentes na população, sendo que o hipertireoidismo, condição que leva a um aumento na produção dos hormônios tireoidianos, afeta principalmente mulheres entre 20 e 50 anos.

Entretanto, embora seja uma condição comum, o diagnóstico e o correto tratamento do hipertireoidismo são fundamentais para melhorar a qualidade de vida do paciente, que em geral é bastante sintomático, e para evitar complicações em outros órgãos e sistemas.

O que é hipertireoidismo?

O hipertireoidismo pode ser explicado como uma disfunção da glândula tireoide — localizada no pescoço — que causa uma produção excessiva dos hormônios tireoidianos: o T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina). Esses hormônios circulam por todo o organismo e têm um papel fundamental na regulação do metabolismo do corpo, afetando funções vitais como:

  • Frequência cardíaca;
  • Temperatura corporal;
  • Gasto energético;
  • Função cerebral;
  • Sono;
  • Funcionamento do trato gastrointestinal.

Causas do hipertireoidismo

As causas do hipertireoidismo podem ser primárias (originadas na própria glândula) ou secundárias (consequência de outras doenças), e as principais etiologias estão apresentadas a seguir.

Doença de Graves

Essa doença autoimune, que surge principalmente em mulheres abaixo dos 40 anos, é a causa mais comum do hipertireoidismo. Nesse caso, o sistema imunológico do paciente passa a produzir anticorpos contra um receptor presente na própria glândula tireoide. Esse “ataque” estimula a produção dos hormônios em excesso.

Adenoma tireoidiano e nódulos benignos

O adenoma de tireoide — conhecido como a Doença de Plummer — é um tipo de tumor formado pelas células que produzem e secretam os hormônios T3 e T4, de tal forma que quanto mais ele cresce e se desenvolve, mais hormônios são secretados. Porém, é comum, também, que pacientes notem o crescimento de um nódulo na tireoide, muitas vezes benigno, mas que também estimula a glândula e causa o hipertireoidismo.

Alterações no eixo neuro-hormonal

O funcionamento da tireoide é controlado por hormônios secretados pelo eixo neuro-hormonal, que inclui o hipotálamo e a hipófise, duas glândulas localizadas no encéfalo. Assim, quaisquer condições que afetam essas estruturas podem levar a disfunções tireoidianas, sendo uma delas o hipertireoidismo.

Bócio multinodular tóxico

Outra possível causa de hipertireoidismo é caracterizada pelo surgimento de diversos micro nódulos benignos na tireoide que estimulam algumas áreas da glândula e, consequentemente, a secreção de T3 e T4.

Outras causas

Além dessas, outras causas de hipertireoidismo incluem:

  • Consumo excessivo de iodo, por dieta ou principalmente por medicamentos;
  • Tireoidites, que são processos inflamatórios da tireoide;
  • Gestação molar (mola hidatiforme);
  • Hipertireoidismo autossômico dominante não autoimune, uma condição genética que se manifesta na infância.

Principais sintomas do hipertireoidismo

Os sinais e sintomas do hipertireoidismo podem variar em intensidade, mas costumam ser bem característicos da condição, pois representam, justamente, as consequências do aumento da atividade metabólica. São eles:

  • Perda de peso não intencional ou dificuldade de ganhar peso;
  • Taquicardia (aumento da frequência cardíaca) e arritmias;
  • Ansiedade, irritabilidade, nervosismo;
  • Tremores nas mãos e dedos;
  • Intolerância ao calor e transpiração aumentada;
  • Aumento visível da glândula;
  • Exoftalmia, que são os olhos mais “proeminentes”.

Quais complicações o hipertireoidismo pode causar?

O paciente com hipertireoidismo, quando acompanhado por um médico capacitado e tratado adequadamente, não corre risco de grandes complicações, mas quando a secreção hormonal está descontrolada é preciso tomar alguns cuidados extras.

Uma das complicações do hipertireoidismo descontrolado por longo tempo são os problemas cardíacos, que podem iniciar como taquicardias e arritmias e evoluir para insuficiência cardíaca devido à sobrecarga gerada ao longo dos anos. Além disso, o paciente com esse diagnóstico precisa acompanhar a saúde óssea, visto que a produção excessiva de T3 e T4 pode causar osteoporose.

Por fim, como a Doença de Graves tem associação com a exoftalmia, se a quantidade de hormônios tireoidianos que circulam pelo corpo não for controlada, esse quadro pode se complicar e causar uma oftalmopatia infiltrativa, que se caracteriza por dor ocular, lacrimejamento, aversão à claridade e até visão dupla.

Qual a diferença entre hipotireoidismo e hipertireoidismo?

Enquanto o hipertireoidismo envolve a produção excessiva de hormônios tireoidianos e a aceleração do metabolismo, o hipotireoidismo é o oposto: há uma produção insuficiente de hormônios tireoidianos, resultando em um metabolismo mais lento.

Como tratar o hipertireoidismo?

O tratamento do hipertireoidismo é focado em normalizar os níveis de hormônios tireoidianos circulantes e aliviar os sintomas, e sempre que possível intervir na etiologia do quadro. Ou seja, se a causa do hipertireoidismo for um adenoma, a remoção cirúrgica do tumor pode ser uma opção para alguns pacientes, assim como a terapia com iodo radioativo ou até mesmo a remoção de parte ou da totalidade da glândula (tireoidectomia parcial ou total). Ultimamente, é possível também realizar o tratamento do adenoma de tireoide com radiofrequência.

Porém, como os principais sintomas e complicações originam-se na quantidade de T3 e T4, pode ser necessário utilizar, ainda que temporariamente, alguns medicamentos que diminuem a produção desses hormônios, como o metimazol e o propiltiouracil. No entanto, esses medicamentos devem ser sempre prescritos pelo médico, principalmente porque a definição da dosagem correta deve ser individualizada, assim como um deles é contraindicado no primeiro trimestre de gestação.

Assim, o tratamento mais apropriado dependerá das causas subjacentes, da gravidade dos sintomas e da resposta do paciente aos diferentes métodos, devendo sempre ser prescrito, orientado e acompanhado por um médico especializado. Dessa forma, é completamente possível controlar o hipertireoidismo e alcançar uma vida saudável e equilibrada.

Entre em contato com o Dr. Pablo Quintana e agende já sua consulta.

Fontes:

Ministério da Saúde

SBEM

PubMed

Manual MSD