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Esvaziamento cervical: quando é indicado?

Esvaziamento cervical: quando é indicado?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
01/07/2024

Remoção dos linfonodos do pescoço é realizada para tratar ou prevenir metástases

Alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço podem se agravar de forma muito intensa e causar metástases, que, geralmente, começam pelos linfonodos do pescoço. Nesses casos, pode ser necessário realizar intervenções com o objetivo de evitar ou controlar a progressão da doença.

O esvaziamento cervical é uma cirurgia indicada com essa finalidade. Entenda mais sobre o procedimento, suas indicações e cuidados no conteúdo a seguir.

O que é o esvaziamento cervical?

Esvaziamento cervical é o nome dado à cirurgia realizada com o intuito de remover linfonodos do pescoço que estejam apresentando ou tenham alto risco de apresentar metástase. O procedimento pode ser realizado, também, para fazer o estadiamento de um câncer de cabeça e pescoço.

O esvaziamento cervical é fundamental para o controle locorregional da doença, uma vez que a metástase nos linfonodos é o primeiro passo antes da metástase em órgãos mais distantes.

Tipos de esvaziamento cervical

Existem diferentes tipos de esvaziamento cervical, classificados de acordo com a forma com que o procedimento foi indicado e com a extensão da cirurgia em si.

Esvaziamento cervical radical

Nesse tipo de esvaziamento cervical, todos os cinco grupos de linfonodos laterais do pescoço são removidos, juntamente com estruturas adjacentes, como o tecido adiposo. A preservação de estruturas funcionais como o nervo acessório, o músculo esternocleidomastoideo e a veia jugular interna é realizada quando não temos comprometimento oncológico delas.

Esvaziamento cervical radical modificado

Em alguns casos, selecionados a partir de uma avaliação médica minuciosa, é possível realizar o esvaziamento cervical radical com a preservação de uma ou mais das estruturas adjacentes aos linfonodos.

Esvaziamento cervical seletivo

Também chamado de esvaziamento cervical parcial, é realizado em casos em que não é necessária a ressecção de todos os grupos de linfonodos — sendo, literalmente, selecionados os que serão removidos. O procedimento tem como principal vantagem o fato de ser menos invasivo.

Esvaziamento cervical central

Esse tipo de esvaziamento cervical é indicado quando é necessário remover apenas os linfonodos próximos à glândula tireoide e ao nervo laríngeo.

Quando essa técnica é indicada?

Como mencionado anteriormente, o esvaziamento cervical é indicado em casos de metástase ou para preveni-la. Os principais tipos de câncer que podem levar à indicação do procedimento são:

Câncer de tireoide

O câncer de tireoide é um dos tipos de câncer de cabeça e pescoço que podem evoluir para quadro metastático nos gânglios linfáticos. Por isso, pode ser indicado o tratamento com o esvaziamento cervical central ou radical, dependendo da gravidade da condição detectada no paciente.

Câncer de cabeça e pescoço

O esvaziamento cervical é muito comumente indicado em casos de câncer de cabeça e pescoço (como o de boca, de orofaringe, da faringe e da laringe, entre outros), uma vez que a doença não costuma apresentar sintomas em seus primeiros estágios e, quando diagnosticada, já pode apresentar sinais ou alto risco de metástase nos linfonodos.

Câncer de pele

Alguns tipos de câncer de pele podem apresentar metástase para os linfonodos da região do pescoço. Nessas situações, o esvaziamento cervical pode ser uma opção de tratamento, caso seja constatada essa necessidade pelo médico que acompanha o paciente e pelo cirurgião de cabeça e pescoço.

Cuidados no pós-cirúrgico

O tempo de internação após o esvaziamento cervical é de cerca de três dias. Nesse período, e em alguns dias após a alta médica, é comum que o paciente sinta fraqueza muscular na região operada. Náuseas e vômitos são desconfortos que também podem surgir nos primeiros dias e devem passar naturalmente.

No primeiro mês após a cirurgia, é muito importante que o paciente evite qualquer esforço físico sobre o pescoço. Após esse período, é importante que haja uma avaliação médica antes da liberação para atividades cotidianas e o trabalho, já que tudo depende da extensão do procedimento e outros fatores que devem ser analisados individualmente.

Além disso, é fundamental que o paciente se atente a outros cuidados, tais como:

  • Retornar ao consultório após duas semanas para a retirada dos pontos e análise dos curativos;
  • Fazer higiene adequada da área operada;
  • Manter uma dieta equilibrada;
  • Tomar os medicamentos prescritos de forma correta;
  • Não se expor diretamente ao sol até a cicatrização completa da ferida cirúrgica;
  • Fisioterapia motora e respiratória;
  • Cuidados pós-operatórios com o ferimento.

Riscos do esvaziamento cervical

Como toda cirurgia, o esvaziamento cervical apresenta alguns riscos. Os principais estão relacionados a danos aos nervos acessório e laríngeo recorrente, uma vez que são diretamente manipulados durante o procedimento. Esses danos podem levar a paralisias de alguns músculos, como o trapézio, e das cordas vocais.

A manipulação da região da tireoide e paratireoides pode levar ao desenvolvimento de hipotireoidismo e hipoparatireoidismo, condições caracterizadas pela deficiência na produção de hormônios por essas glândulas.

Além disso, existem riscos pós-operatórios comuns a outros tipos de cirurgia, como o de infecção pós-cirúrgica, sangramentos, inchaços e problemas no processo de cicatrização.

Vale lembrar, no entanto, que, na maioria dos casos, o esvaziamento cervical é uma cirurgia segura e seus riscos podem ser minimizados quando o procedimento é realizado por um profissional qualificado e atento a todas as particularidades e complexidades que esse tipo de intervenção exige.

Para saber mais, entre em contato com o Dr. Pablo Quintana e agende uma consulta.

Fontes:

Dr. Pablo Quintana

Instituto Nacional do Câncer

Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço