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Glândula parótida

Glândula parótida
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
10/03/2023
5 min. de leitura

Glândula salivar maior, localizada na frente das orelhas e que pode ser afetada por diversos tipos de doenças

O que é a glândula parótida?

As parótidas são duas glândulas salivares maiores que ficam localizadas na face, próximo à região das orelhas, sendo uma em cada lado do rosto. A missão delas é secretar a saliva, já que auxiliam na mastigação dos alimentos, dando início ao processo de digestão.

Contudo, a glândula parótida, assim como outras partes do organismo, também pode ser acometida por tumores. A boa notícia é que 90% dos casos são considerados benignos. Isso não significa que eles não devam ser tratados, já que, embora não apresentem risco imediato, quando ignorados podem evoluir para tumores malignos.

Doenças na glândula parótida

Conforme já destacado, a glândula parótida não está imune ao adoecimento. Os primeiros sintomas de que algo não está bem é a percepção de inchaço, nodulação e dor na região facial, à frente das orelhas. São muitas as doenças que podem comprometer as glândulas — como infecções virais e bacterianas, além dos já elencados tumores malignos ou benignos. Além deles, podemos citar:

  • Sialoadenite;
  • Sialolitíase;
  • Linfonodomegalias;
  • Linfomas de Hodking e não Hodking;
  • Metástases de tumores de pele.

Sialoadenite e sialolitíase

A sialoadenite e a sialolitíase são duas doenças inflamatórias que podem trazer muito desconforto para os pacientes na região da glândula parótida. A sialoadenite cursa com uma glândula que se encontra inflamada, provocando febre, abaulamento parotídeo, alteração de gosto salivar, mal-estar geral e dores ao movimentar o pescoço, ao mastigar e ao engolir.

Já a sialolitíase é o nome científico dado à formação de cálculos nas glândulas salivares. Eles, em geral, se formam a partir de sais de cálcio presentes na saliva, podendo obstruir a glândula parótida, levando a abaulamento glandular devido à obstrução dos ductos parotideos. Os sintomas são bastante parecidos com a sialoadenite.

A desidratação e o uso excessivo de medicamentos que inibem a produção salivar podem estar relacionados à origem da doença, o que faz com que o consumo de água adequado seja recomendado.

Os tratamentos costumam ser medicamentosos, com analgésicos para alívio da dor, anti-inflamatórios em caso de doença de origem viral e antibióticos em situações em que a patologia é bacteriana.

Caxumba

A caxumba, por sua vez, é o nome popular da parotidite epidêmica, doença que pode ser transmitida por meio da saliva, via beijos, espirro, tosse ou talheres compartilhados ou não corretamente higienizados. A caxumba causa uma inflamação da glândula parótida e é uma enfermidade viral.

Além de trazer o inchaço da região das glândulas salivares, a patologia provoca dor, principalmente ao mastigar, tornando o paciente hipersensível a alimentos cítricos. Febre, dores de cabeça, fadiga e diminuição do apetite também se destacam como sintomas da caxumba.

A infecção, por ser viral, é naturalmente tratada pelo organismo. O médico pode recomendar repouso, medicamentos para controle da dor e da febre e observação criteriosa caso surjam eventuais complicações.

Linfonodomegalias

Existem linfonodos intraglandulares que podem ficar inflamados, provocando o aumento deles em número e em tamanho. Deverão ser investigadas as causas que levaram a esta inflamação, sejam elas associadas à glândula parótida ou causas a regionais como amigdalites, infecções dentárias, otites e faringites.

Infecções dentárias

A má higienização bucal pode ser a responsável por uma série de problemas de saúde. Infecções dentárias podem surgir com a presença de pus em um dente, podendo ser resultado de uma cárie não tratada, de lesões ou de restaurações odontológicas antigas.

Além da halitose, da febre e da dor, as infecções odontológicas podem causar um desconforto na região da glândula parótida, dificultando o ato de engolir ou de mastigar. É preciso buscar auxílio de um cirurgião-dentista, que pode recomendar tratamento de canal ou prescrição de antibióticos.

Metástases de tumores malignos de pele

Tumores malignos de pele podem ter comprometimento da glândula parótida devido a possíveis drenagens tumorais aos linfonodos intraglandulares. O diagnóstico diferencial entre tumores originados na glândula parótida dos nódulos metastáticos é de fundamental importância para um tratamento adequado.

Tumores

De maneira geral, podemos dizer que o aumento do tamanho da glândula parótida pode ser indicativo da presença de um tumor. São, geralmente, indolores e de crescimento lento.  No entanto, é importante estar atento, porque esse aumento pode ser progressivo. Conforme já citado, nem todo tumor é maligno. O cirurgião de cabeça e pescoço determinará a malignidade dele a partir de um exame físico detalhado, exames de imagem e biópsias. Dessa forma, o especialista poderá orientar sobre os possíveis tratamentos para os tumores de glândula parótida.

O tratamento cirúrgico para os tumores benignos de parótida deve ser realizado para evitar malignização (capacidade de alguns tumores de parótida se tornarem câncer) e evitar danos funcionais ao nervo facial devido ao crescimento ou compressão pelo tumor parotídeo.

O tratamento-padrão para o câncer da parótida é a cirurgia. No entanto, a radioterapia e o tratamento sistêmico, como a quimioterapia, podem ser aplicados em algumas situações, dependendo do tipo celular (histologia do tumor) e estadiamento oncológico (classificação do tumor). Cabe ao cirurgião de cabeça e pescoço indicar o melhor caminho a ser adotado.

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Fontes:

MSD

Associação Médica Brasileira

Sociedade Brasileira de Infectologia — SBI

Dr. Pablo Ocampo Quintana