O uso inadequado e excessivo da voz pode causar lesões cujo tratamento é cirúrgico
As cordas vocais (ou pregas vocais) são estruturas localizadas na laringe e que vibram quando o ar passa através delas, criando o som da voz. Dessa forma, qualquer alteração em sua estrutura – como os pólipos nas cordas vocais – pode modificar o timbre de voz e alterar seu volume, gerando importante impacto à qualidade de vida do paciente.
Saiba o que causa pólipos nas cordas vocais e como evitar.
O que são os pólipos nas cordas vocais?
Os pólipos nas cordas vocais são lesões que surgem nas pregas vocais, podendo ser uni ou bilaterais, além de variar em tamanho e forma. Embora possam ocorrer em pessoas de qualquer sexo ou idade, há uma maior predominância em homens entre 30 e 45 anos.
O que causa os pólipos nas cordas vocais?
Os pólipos nas cordas vocais podem ser causados por uma série de fatores, incluindo:
- Uso excessivo ou inadequado da voz;
- Tabagismo;
- Doença do refluxo gastroesofágico;
- Alergias e infecções respiratórias não tratadas;
- Exposição a substâncias irritativas, como produtos químicos.
Quais os principais sintomas?
Os sintomas dos pólipos nas cordas vocais podem variar de acordo com o tamanho e a localização dessas lesões, sendo que a principal queixa costuma ser a disfonia, ou seja, uma alteração na intensidade, tom ou timbre da voz. Assim, geralmente os pacientes com esse quadro referem rouquidão, cansaço vocal, períodos de perda completa da voz e dificuldade de variar a intensidade e o volume.
Por fim, outras queixas associadas aos pólipos nas cordas vocais incluem dor ou desconforto na garganta e uma sensação de corpo estranho ou de que há algo preso nessa região.
Como o diagnóstico é realizado?
O diagnóstico dos pólipos nas cordas vocais se inicia com uma avaliação clínica pelo cirurgião de cabeça e pescoço, em que se faz uma revisão dos sintomas, fatores de risco e do histórico médico do paciente. Porém, para complementar a investigação do quadro, é preciso fazer uma laringoscopia, exame em que uma pequena câmera é inserida na garganta para visualizar diretamente as cordas vocais e localizar os pólipos ou outras lesões.
Além da laringoscopia, o cirurgião de cabeça e pescoço pode realizar também uma videolaringoestroboscopia, técnica avançada que utiliza luz estroboscópica para avaliar as vibrações das cordas vocais em movimento lento. Por fim, exames adicionais de avaliação acústica da voz também podem ser necessários em alguns casos.
Como tratar os pólipos nas cordas vocais?
O tratamento dos pólipos nas cordas vocais pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas, o tipo de pólipo formado e o impacto dessa condição na vida do paciente. Porém, a remoção das lesões e a resolução completa do quadro só é garantida com cirurgia, cuja técnica deve ser definida pelo cirurgião de cabeça e pescoço após uma avaliação completa e individualizada do paciente.
Pós-operatório da cirurgia de remoção dos pólipos
Após a retirada das lesões por cirurgia, o paciente deve permanecer em repouso vocal completo por uma semana, e em repouso vocal parcial na segunda semana, seguido tratamento fonoterápico para ajudar na recuperação da voz. Também fazem parte da recuperação o tratamento para refluxo gastroesofágico e a hidratação.
Entenda as causas dos pólipos vocais e proteja sua voz.
Como se prevenir dos pólipos nas cordas vocais?
A prevenção contra a formação de pólipos nas cordas vocais envolve algumas medidas práticas e relativamente simples, tais como:
- Higiene vocal: manter uma boa técnica vocal, evitando gritar ou falar muito alto por longos períodos;
- Hidratação adequada;
- Cessação do tabagismo;
- Controle do refluxo gastroesofágico com dieta e medicação;
- Tratamento de alergias e infecções respiratórias;
- Conscientização sobre o uso adequado da voz;
- Evitar gritar ou falar alto.
Além disso, pessoas cuja profissão envolve o uso frequente e excessivo da voz podem prevenir a formação dos pólipos nas cordas vocais através de fonoaudiologia e aulas de canto e vocalização.
Ou seja, os pólipos nas cordas vocais são uma condição tratável, mas que pode causar desconforto significativo e impactar a qualidade da voz. Por isso, entender as causas, reconhecer os sintomas e buscar um diagnóstico precoce são passos essenciais para um tratamento eficaz.
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