Geralmente causado por tumores benignos e malignos, quadro é caracterizado pela produção em excesso do hormônio paratireoide
O hiperparatireoidismo é uma condição que afeta as glândulas paratireoides, pequenas glândulas localizadas no pescoço responsáveis pela produção do hormônio paratireoidiano (PTH), que tem um papel crucial na regulação dos níveis de cálcio no corpo. Quando essas glândulas produzem PTH em excesso, o equilíbrio do cálcio no sangue pode ser alterado, levando a uma série de complicações de saúde, apesar de ser uma condição frequentemente silenciosa.
O que é hiperparatireoidismo?
O hiperparatireoidismo é uma condição em que as glândulas paratireoides produzem excessivamente o paratormônio (PTH), um hormônio responsável pela regulação dos níveis de cálcio, fósforo e vitamina D no sangue. Existem três tipos principais:
- Hiperparatireoidismo primário: causado por um distúrbio nas próprias glândulas paratireoides, como a presença de um adenoma, um tipo de tumor benigno em algumas delas.
- Hiperparatireoidismo secundário: surge quando uma condição, como a doença renal crônica, leva a um baixo nível de cálcio no sangue, fazendo com que as glândulas paratireoides aumentem a produção de PTH para tentar normalizar os níveis de cálcio.
- Hiperparatireoidismo terciário: ocorre quando as glândulas paratireoides continuam a produzir PTH em excesso, independentemente dos níveis de cálcio no sangue, geralmente após um longo período com o tipo secundário.
Quais são as causas do hiperparatireoidismo?
O hiperparatireoidismo ocorre quando as glândulas paratireoides produzem excessivamente o hormônio paratireoidiano (PTH), resultando em níveis elevados de cálcio no sangue, quadro conhecido como hipercalcemia. O tipo primário é causado mais comumente por um tumor benigno em uma das glândulas paratireoides (adenoma), mas também pode ser consequência do aumento do número de células nas glândulas (hiperplasia) ou do carcinoma paratireoidiano, tumor maligno raro.
O hiperparatireoidismo secundário aparece como resposta a outra condição médica que acomete os níveis de cálcio ou fósforo no sangue, levando ao aumento do PTH, como:
- Falta de vitamina D, o que reduz a absorção de cálcio pelo intestino, que estimula as glândulas paratireoides;
- Doenças renais crônicas, pois quando os rins não funcionam adequadamente, eles não conseguem excretar fósforo ou ativar a vitamina D adequadamente;
- Síndromes que afetam a absorção de nutrientes, como a doença celíaca, que também podem levar a deficiências de cálcio ou vitamina D.
O hiperparatireoidismo terciário ocorre quando as glândulas paratireoides se tornam autônomas após o tratamento do hiperparatireoidismo secundário, geralmente em pacientes com insuficiência renal crônica. Assim, mesmo após o controle da condição renal, as glândulas continuam a produzir excesso de paratormônio (PTH), o que pode causar hipercalcemia e outras complicações.
Quais os sintomas do hiperparatireoidismo?
O hiperparatireoidismo nem sempre apresenta sintomas imediatos, especialmente nas fases iniciais da doença. No entanto, com o tempo, o aumento dos níveis de cálcio no sangue pode provocar uma série de sinais que afetam o corpo de diferentes maneiras. Os principais sintomas incluem:
- Fraqueza muscular e cansaço excessivo;
- Ossos frágeis e maior risco de fraturas devido à osteoporose;
- Cálculos renais;
- Excesso de sede e aumento da micção;
- Dores ósseas e nas articulações;
- Problemas digestivos, como azia, náuseas, vômitos e perda de apetite;
- Confusão mental e dificuldades de concentração;
- Arritmias cardíacas;
- Aumento da pressão arterial.
Quando procurar um médico?
O médico deve ser procurado na presença de sintomas característicos do hiperparatireoidismo, como cansaço excessivo, fraqueza nos músculos, dor nos ossos, pedras nos rins e problemas digestivos. Além disso, o paciente deve ser encaminhado para o especialista se descobrir níveis altos de cálcio no sangue ou alterações no hormônio paratireoide em exames de rotina.
Como diagnosticar o hiperparatireoidismo?
O diagnóstico do hiperparatireoidismo pode partir de sintomas relatados pelo paciente. Porém, geralmente começa com a identificação de níveis elevados de cálcio no sangue durante exames rotineiros, o que leva à necessidade de medir os níveis de paratormônio (PTH). A condição é confirmada quando os níveis de PTH permanecem elevados de forma persistente, mesmo com os níveis elevados de cálcio no sangue.
Além dos exames laboratoriais, é comum a realização de exames de imagem, como ultrassom, cintilografia de paratireoide, Spect-CT, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para localizar a glândula paratireoide afetada. Essas imagens são fundamentais, especialmente quando se suspeita da presença de um adenoma, que é uma das principais causas do hiperparatireoidismo.
Como é o tratamento para hiperparatireoidismo?
O tratamento para o hiperparatireoidismo depende da causa, da gravidade e dos sintomas apresentados pelo paciente. Quando o problema é primário e causa aumento significativo dos níveis de cálcio, problemas ósseos ou cálculos renais, o mais comum é a paratireoidectomia, a cirurgia para remover a glândula paratireoide que está causando a produção excessiva de paratormônio.
No entanto, para pacientes assintomáticos ou com aumento leve de cálcio no sangue, o tratamento é clínico, incluindo a administração de medicamentos para controlar os níveis de cálcio, a ingestão de líquidos e ajustes na dieta, como a redução do cálcio e a limitação do uso de medicamentos que possam elevar os níveis de cálcio.
Como o hiperparatireoidismo secundário é geralmente causado por condições que afetam os níveis de cálcio, como insuficiência renal crônica, o tratamento tem o objetivo de controlar a condição subjacente por meio de diálise, que ajuda a equilibrar os níveis de cálcio e fósforo, suplementação de vitamina D e medicamentos que controlam a produção de PTH e melhoram os níveis de cálcio.
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Fonte
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM