Embora geralmente tenha um bom prognóstico, o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é fundamental para aumentar as chances de cura
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o carcinoma papilífero é o tipo mais comum de câncer da tireoide, podendo representar até 80% dos casos de carcinomas bem diferenciados. É importante salientar, também, que o carcinoma papilífero acomete cerca de cinco vezes mais as mulheres do que os homens, o que reforça a importância de conhecer os fatores de risco e sinais dessa doença.
O que é carcinoma papilífero?
O carcinoma papilífero da tireoide é uma neoplasia maligna que se origina nas células foliculares da tireoide, responsáveis pela produção e armazenamento de hormônios tireoidianos. Porém, embora seja, de fato, um câncer com possibilidade de gerar metástases, o carcinoma papilífero é considerado menos agressivo em comparação com outros tipos de câncer da tireoide. Dessa forma, o diagnóstico precoce permite iniciar um tratamento com maiores chances de sucesso e cura.
Quais são as principais causas e fatores de risco?
O surgimento do carcinoma papilífero está relacionado a alguns fatores de risco, como:
- Exposição à radiação, especialmente na infância: radioterapia na região do pescoço ou acidentes nucleares;
- História familiar de câncer de tireoide ou doenças autoimunes da tireoide, como tireoidite de Hashimoto;
- Sexo feminino;
- Presença de nódulos tireoidianos;
- Mutações genéticas específicas, como as que envolvem os genes BRAF e RET/PTC.
Como identificar o carcinoma papilífero?
O carcinoma papilífero pode ser difícil de identificar nos estágios iniciais, pois tem um crescimento lento e muitas vezes é assintomático. No entanto, à medida que o tumor cresce, ele pode dar origem a um nódulo ou inchaço na parte anterior do pescoço que, por sua vez, pode causar:
- Rouquidão persistente;
- Dificuldade para engolir;
- Dor no pescoço ou na garganta;
- Aumento dos linfonodos cervicais.
Assim, devido à progressão lenta, não é incomum que o carcinoma papilífero seja descoberto incidentalmente durante exames de imagem realizados por outros motivos, como ultrassonografias ou tomografias do pescoço.
Diagnóstico do carcinoma papilífero
O diagnóstico do carcinoma papilífero geralmente começa com a avaliação clínica e um exame físico detalhado, seguido por exames de imagem, como ultrassonografia da tireoide, que ajuda a identificar nódulos suspeitos. Se um nódulo for detectado, pode-se prosseguir com uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF) para coletar células para análise microscópica ou até mesmo fazer uma biópsia cirúrgica.
A análise do material coletado permite a identificação das características celulares típicas do carcinoma papilífero para guiar corretamente o tratamento. Além disso, testes genéticos podem detectar mutações associadas ao câncer, auxiliando no diagnóstico e na escolha do tratamento.
Tratamento do carcinoma papilífero
O tratamento do carcinoma papilífero geralmente envolve a cirurgia para remover a tireoide, um procedimento conhecido como tireoidectomia, que pode ser total ou parcial a depender da extensão do câncer. Após a cirurgia, muitos pacientes recebem terapia com iodo radioativo para destruir qualquer tecido tireoidiano remanescente ou células cancerosas que possam ter se espalhado.
Além disso, o uso diário de levotiroxina pode ser necessário para suprimir a produção de hormônio estimulante da tireoide (TSH) e evitar, assim, o crescimento de células cancerosas. Por isso, o acompanhamento a longo prazo é fundamental para todo paciente com diagnóstico de carcinoma papilífero.
Prognóstico
O prognóstico do carcinoma papilífero é geralmente muito bom, especialmente quando o câncer é diagnosticado e tratado precocemente, sendo que a taxa de sobrevida em 10 anos é superior a 95% nos casos de doença restrita à tireoide. Porém, mesmo quando o câncer se espalha para os linfonodos ou outras áreas, o tratamento adequado pode resultar em um prognóstico positivo.
No entanto, embora o risco de recorrência do carcinoma papilífero seja baixo, ele existe, e por isso o acompanhamento regular com o cirurgião de cabeça e pescoço é fundamental para detectar qualquer sinal de retorno do câncer.
Quais as chances de cura de um câncer na tireoide?
As chances de cura do carcinoma papilífero da tireoide são muito altas, especialmente em comparação com outros tipos de câncer, visto que para a maioria dos pacientes, o tratamento leva à remissão completa da doença. Além disso, mesmo nos casos em que o câncer retorna, as opções de tratamento, como cirurgia adicional e terapia com iodo radioativo, são eficazes para controlar a doença.
Assim, segundo o Ministério da Saúde, as estatísticas indicam que mais de 95% dos pacientes com carcinoma papilífero sem metástase vivem por pelo menos 10 anos após o diagnóstico, e muitos permanecem livres de câncer pelo resto de suas vidas.
Entre em contato agora mesmo com o Dr. Pablo Quintana
Fontes: