A hipofaringe pode ser afetada por tumores, causando dor, dificuldade para engolir e rouquidão, podendo ser tratada por cirurgia, quimioterapia ou radioterapia
A hipofaringe é uma parte do sistema respiratório e digestivo, localizada na parte inferior da faringe. Com um papel fundamental na deglutição e na proteção das vias respiratórias, essa área do corpo é crucial para funções como a ingestão de alimentos e a respiração. No entanto, ela pode ser afetada por uma variedade de doenças que impactam a qualidade de vida dos pacientes. Saiba o que é hipofaringe e quais as condições que podem acometê-la.
O que é hipofaringe?
A faringe, popularmente conhecida como garganta, é dividida em três regiões: nasofaringe, que fica atrás do nariz, orofaringe, localizada atrás da boca, e hipofaringe, a parte mais baixa, que conecta a orofaringe ao esôfago. Tanto o ar quanto os alimentos transitam pela faringe, mas se separam à medida em que seguem para os respectivos caminhos respiratório e digestivo.
Portanto, a hipofaringe desempenha um papel crucial ao garantir que os alimentos sejam direcionados corretamente para o sistema digestivo, evitando que entrem nas vias respiratórias durante a deglutição, o que protege o organismo. Assim, qualquer problema ou condição que afete essa área pode comprometer essas funções essenciais.
Quais são as principais doenças na hipofaringe?
As doenças que afetam a hipofaringe são condições que podem impactar a deglutição, a respiração e a fala. Entre as mais comuns estão:
- Câncer;
- Disfagia, caracterizada pela dificuldade para engolir;
- Infecções e inflamações;
- Doenças neurológicas;
- Tumores benignos;
- Papilomavírus humano (HPV), que provocam lesões, como verrugas ou condilomas.
Câncer na hipofaringe
O câncer de hipofaringe faz parte do grupo de tumores conhecidos como cânceres de cabeça e pescoço. A maioria dos casos é do tipo carcinoma de células escamosas, geralmente associado ao consumo de tabaco e álcool. Existem outros tipos, como os sarcomas, originados nas cartilagens da laringe, e outros ainda mais raros, como os carcinomas das glândulas salivares menores, melanomas e outros tipos de sarcomas.
Quais os primeiros sintomas de doenças na hipofaringe?
Os primeiros sintomas de doenças na hipofaringe podem ser sutis e facilmente confundidos com condições comuns, como infecções de garganta. No entanto, é importante ficar atento a sinais persistentes ou progressivos, pois podem indicar problemas mais sérios, incluindo câncer. Alguns dos sinais são:
- Dor e dificuldade para engolir;
- Dor de garganta que não desaparece;
- Voz mais abafada ou rouca, que não melhora em duas semanas;
- Sensação de caroço na garganta;
- Dificuldade para respirar;
- Sintomas de engasgo.
Como ocorre o diagnóstico de doenças na região da hipofaringe?
O diagnóstico de doenças na hipofaringe geralmente envolve uma combinação de exame físico, história clínica, exames laboratoriais e testes de imagem. Como os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos de condições mais comuns, o diagnóstico precoce pode ser desafiador. Muitas vezes, quando já existem sintomas importantes, a condição costuma estar avançada.
A laringoscopia, um exame que permite visualizar a região, auxilia no diagnóstico. A videolaringoscopia também pode ser feita, pois permite visualizar a área de maneira detalhada e, caso seja necessário, realizar uma biópsia durante o exame. Em caso de suspeita prévia de tumor, a biópsia frequentemente é realizada durante uma endoscopia digestiva alta, que também permite avaliar a possível extensão do tumor para o esôfago.
Exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, são essenciais para o estadiamento no caso de tumor na hipofaringe, permitindo avaliar a extensão local e a presença de metástases nos linfonodos do pescoço ou em outros órgãos, como os pulmões. Em casos de metástases nos linfonodos, pode ser necessário realizar uma tomografia de tórax para investigar metástases pulmonares.
Quais os tipos de tratamentos?
O tratamento das doenças da hipofaringe depende da natureza e gravidade da condição diagnosticada. As opções incluem abordagens clínicas, cirúrgicas e, em alguns casos, radioterápicas ou quimioterápicas, se for diagnosticado câncer. Nesse caso, os procedimentos para tratar os tumores variam de acordo com o tamanho, a localização e o estágio da doença.
Tumores pequenos e localizados em áreas favoráveis são removidos cirurgicamente. Atualmente, a cirurgia endoscópica, realizada pela boca e sem necessidade de incisões no pescoço, tem se tornado a técnica preferencial. O tratamento também pode envolver uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo da necessidade.
Quando a intervenção cirúrgica é necessária?
A intervenção cirúrgica é necessária quando o tumor da hipofaringe é pequeno e localizado, sendo possível removê-lo completamente. Também é indicada quando o tumor compromete funções importantes da laringe, como a deglutição e a fala, e a cirurgia visa não só a remoção do tumor, mas também dos linfonodos metastáticos, muito frequentes nesta área anatômica. Além disso, a indicação também ocorre quando a quimioterapia ou radioterapia falham em controlar a doença ou quando há recidiva do tumor.
A cirurgia da faringe pode ser parcial ou total. A ressecção parcial pode ser feita por via endoscópica, com recuperação mais rápida, ou por via aberta, que exige traqueostomia e sonda de alimentação temporária. Em casos de câncer avançado, a faringectomia total é geralmente necessária, com ressecção da laringe em muitos casos.
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