Diversas alterações embrionárias podem levar ao surgimento de cistos, tumores benignos e malformações na região da cabeça e pescoço
Doenças congênitas são aquelas que se manifestam desde o nascimento ou que são diagnosticadas até mesmo durante a vida intrauterina, podendo estar relacionadas tanto a fatores hereditários quanto gestacionais. Assim, quando falamos das principais doenças congênitas de cabeça e pescoço, é preciso lembrar das condições capazes de afetar as estruturas dessa região, incluindo tecidos moles, ossos, glândulas e vasos sanguíneos.
Já com relação à gravidade dessas doenças, muitas delas sequer geram sintomas importantes e, muitas vezes, nem são diagnosticadas – ou então os sintomas se manifestam apenas na vida adulta. Porém, outras dessas doenças congênitas podem causar alterações anatômicas desde o nascimento e impactar a saúde, a estética e, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes.
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Quais são as principais doenças congênitas de cabeça e pescoço
Para compreender as principais doenças congênitas de cabeça e pescoço é importante saber que o desenvolvimento das estruturas referentes a essa região anatômica se inicia entre a quarta e sétima semanas da vida embrionária, e que qualquer infecção ou exposição da gestante a agentes teratogênicos (medicamentos, radiação, substâncias tóxicas e outros) podem causar malformações anatômicas.
Ou seja, são inúmeras complicações que podem ocorrer na formação das estruturas dessa região, mas as principais doenças congênitas de cabeça e pescoço são as que estão expostas a seguir.
Cisto do ducto tireoglosso
O cisto do ducto tireoglosso é a formação de uma massa cística na região cervical anterior devido à persistência de um tecido embrionário que deveria ter regredido naturalmente antes do nascimento. Assim, essa, que é uma das principais doenças congênitas de cabeça e pescoço, costuma surgir ainda na primeira década de vida, assustando muitos pais e cuidadores.
Porém, embora seja uma condição benigna, em alguns pacientes o cisto tireoglosso pode infeccionar e formar uma “fístula” com o meio externo, ou seja, uma comunicação com a pele por onde o pus e outras secreções passam a ser drenadas. O principal tratamento é o cirúrgico, e deve-se decidir quando é a melhor época para a abordagem.
Cisto branquial
Os cistos branquiais são formações resultantes de um desenvolvimento anormal das fendas branquiais durante a embriogênese, e a condição pode ser diagnosticada clinicamente – embora a ultrassonografia de pescoço ajude a diferenciar o cisto de outras causas.
Além disso, diferente do cisto do tireoglosso, é importante saber que os cistos branquiais são encontrados na região mais lateral do pescoço, sendo que a localização exata depende do arco branquial que foi afetado durante o desenvolvimento. Como vimos, o principal tratamento é o cirúrgico, e a investigação pelo cirurgião de cabeça e pescoço é importante, já que algumas doenças císticas podem ser o primeiro sinal de doenças oncológicas metastáticas.
Cisto dermoide
Outra condição que deve ser citada como uma das principais doenças congênitas de cabeça e pescoço é o cisto dermoide, uma malformação que surge especialmente em:
- Assoalho bucal;
- Linha média cervical;
- Testa;
- Base do nariz;
- Acima da órbita ocular.
Torcicolo congênito
O torcicolo congênito é uma condição caracterizada pela contração muscular unilateral do pescoço, levando a uma posição anormal da cabeça da criança. Geralmente está associada a um dano muscular durante o parto, que por sua vez leva a uma fibrose do músculo esternocleidomastoideo. As formas de tratamento são variadas, desde fisioterapia até tratamentos cirúrgicos.
Defeitos vertebrais congênitos
Dentre as principais doenças congênitas de cabeça e pescoço é preciso lembrar dos defeitos vertebrais, uma condição que afeta o desenvolvimento das vértebras na região cervical podendo gerar anormalidades estruturais no pescoço. Estima-se que esses defeitos sejam mais comuns no sexo feminino e que em pelo menos 60% dos casos ocorram bilateralmente.
Linfangioma
O linfangioma é um tumor benigno resultante da proliferação anormal dos vasos linfáticos durante o desenvolvimento embrionário, principalmente na região cervical, sendo raro seu surgimento durante a vida adulta. Essa condição pode regredir esporadicamente em até 15% das crianças, mas deve ser tratada cirurgicamente sempre que persistir após os cinco anos de idade.
Opções de tratamento para as doenças congênitas de cabeça e pescoço
O tratamento das principais doenças congênitas de cabeça e pescoço geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com a colaboração de pediatras, cirurgiões de cabeça e pescoço, fisioterapeutas e outros especialistas. Assim, as opções de tratamento podem incluir desde cirurgia para remoção do cisto ou para correção de anomalias estruturais até terapia medicamentosa para controle de sintomas, fisioterapia para melhorar a mobilidade do pescoço e acompanhamento clínico para monitorar o progresso e prevenir complicações.
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Fontes: