Doenças da glândula parótida podem ser tratadas com cirurgia, mas é preciso escolher um especialista para evitar complicações
A cirurgia de parótida (parotidectomia) é um procedimento realizado pelo cirurgião de cabeça e pescoço para tratar uma série de condições que afetam a glândula parótida. Assim, devido à localização dessa estrutura (próxima a vasos e nervos importantes), é fundamental que a cirurgia seja realizada por um profissional especializado e experiente a fim de evitar complicações tardias, como a paralisia facial.
O que é a cirurgia de parótida?
A cirurgia de parótida é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção de parte ou da totalidade da parótida, que é a maior das glândulas salivares localizadas na face, próxima ao ouvido. A principal razão para a realização desta cirurgia é a presença de tumores, que podem ser benignos ou malignos.
Indicações para a cirurgia de parótida
A principal indicação da cirurgia de parótida é o tratamento de tumores, tanto os benignos (que são a maioria), como o adenoma pleomórfico, quanto os malignos, como o carcinoma mucoepidermoide. Outras indicações incluem:
- Infecções recorrentes ou crônicas da parótida;
- Metástases;
- Formação de cistos ou abscessos;
- Doenças autoimunes que afetam a glândula;
- Obstruções nos ductos salivares que não respondem a tratamentos menos invasivos.
Como é realizada a cirurgia de parótida?
As etapas que compõem essa importante cirurgia são:
Preparação para a cirurgia
Antes do procedimento, o paciente passa por uma avaliação detalhada com o cirurgião de cabeça e pescoço, que pode solicitar exames de imagem para determinar a localização e o tamanho do tumor. Também é comum fazer uma biópsia antes da cirurgia para identificar se o tumor é benigno ou maligno e assim planejar a melhor abordagem terapêutica.
Após definir que a cirurgia de parótida é a melhor conduta, o cirurgião discutirá com o paciente os possíveis riscos e complicações do procedimento, além de fornecer orientações pré-operatórias, como tempo necessário de jejum e suspensão de medicamentos.
Procedimento cirúrgico
O início do procedimento se dá com a anestesia geral e uma incisão ao longo do contorno da orelha, abordagem que permite acessar a glândula parótida e remover o tecido afetado. Dependendo da extensão da doença, a cirurgia pode ser uma parotidectomia superficial, onde apenas a parte externa da glândula é removida, ou uma parotidectomia total, onde toda a glândula é removida.
A cirurgia de parótida é meticulosa e demanda bastante atenção da equipe médica, principalmente pela proximidade da glândula com o nervo facial, estrutura que controla os movimentos dos músculos da face.
Monitorização do nervo facial
A monitorização do nervo facial é uma medida de proteção realizada durante o procedimento para evitar que o cirurgião lesione essa estrutura anatômica.
Importância da monitorização do nervo facial
A preservação do nervo facial é uma das principais preocupações durante a cirurgia de parótida. Afinal, ele é responsável pelos movimentos da musculatura facial, sendo que qualquer dano a essa estrutura pode resultar em paralisia facial parcial ou total, afetando a expressão da face e outras funções importantes.
Como a monitorização do nervo facial é realizada?
A monitorização intraoperatória do nervo facial consiste em colocar eletrodos no rosto para detectar a atividade do nervo. Isso permite ao cirurgião identificar o nervo durante a remoção da glândula parótida, reduzindo o risco de lesão.
Benefícios da monitorização do nervo facial
A monitorização do nervo facial durante a cirurgia de parótida reduz o risco de complicações permanentes, como a paralisia facial, e permite ao cirurgião operar com maior segurança e precisão, especialmente em casos nos quais o tumor está próximo ou envolvido com o nervo facial.
Pós-operatório e recuperação
Após a cirurgia de parótida, o paciente pode precisar de internação hospitalar por um a dois dias para monitoramento do estado geral, principalmente se o tumor for maligno. Além disso, um dreno pode ser colocado na área operada para evitar o acúmulo de fluidos, melhorar a recuperação e reduzir os riscos de infecção.
Já o tempo de recuperação varia a depender da indicação cirúrgica e da condição de saúde do paciente, mas geralmente inclui repouso e restrições de atividades físicas por algumas semanas.
Possíveis complicações e riscos
Como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia de parótida apresenta riscos e possíveis complicações, sendo estes os principais:
- Paralisia facial temporária ou permanente;
- Hematomas e infecções na área operada;
- Formação de fístulas salivares, onde a saliva vaza pela pele;
- Síndrome de Frey, que causa suor excessivo na área da bochecha durante a mastigação;
- Recidiva de tumores.
Portanto, é fundamental que o paciente siga as orientações pós-operatórias e informe o médico sobre qualquer sintoma incomum.
Perguntas comuns
Quais são os sintomas de problemas na parótida?
Os sintomas mais comuns de problemas na glândula parótida incluem:
- Inchaço ou massa visível na região da bochecha ou próximo à orelha;
- Dor ao mastigar ou falar;
- Dificuldade para abrir a boca;
- Secura na boca.
Vale reforçar que tumores na parótida podem ser indolores no início, o que torna ainda mais importante passar por uma avaliação médica em caso de qualquer alteração na glândula.
Quanto tempo dura a recuperação?
A recuperação completa após a cirurgia de parótida pode levar várias semanas. De forma geral, a maioria dos pacientes retorna às suas atividades normais dentro de duas a quatro semanas, mas a recuperação completa do nervo facial, se houver qualquer envolvimento, pode levar meses.
Portanto, para ter uma recuperação rápida e tranquila, qualquer paciente que se submeta a esse procedimento deve seguir criteriosamente todas as recomendações médicas para evitar qualquer complicação.
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Fontes:
Arquivo Brasileiro de Cirurgia Digestiva
Atlas de OTRL e CCP